Sempre me achei uma pessoa forte, que chora pouco e não demonstra muita vulnerabilidade, mas quando me vi sozinha em outra cidade, algo interno mudou, alguma chave foi virada. Enfim, isso não é ruim, estou tendo a oportunidade de me conhecer mais e isso também está me impulsionando a evoluir.
Estou tendo uma certa dificuldade em me adaptar com a vida em Saquarema, aqui tem pouca coisa a se fazer. Eu sou cria do Centro da Cidade, onde o Rio vive 24h, tem opções pra tudo que você imaginar, tá puxado essa parte. Com isso, bate uma ansiedade (que eu não sabia que tinha) e quase todo final de semana quero viver de Rio. Estou trabalhando muito isso em mim para ficar e aceitar o fato de que agora eu moro aqui, já me decidi que Janeiro será assim, preciso me firmar e aceitar o que foi uma escolha minha. Isso não é um problema, é um desabafo, é tudo muito novo. Por mais que eu não seja a pessoa que sai sempre, o fato daqui ser muito quieto, me incomoda.
Outro ponto que eu queria desabafar, infelizmente não consegui finalizar esse ano a auto escola. Essa mudança repentina bagunçou tudo, minha vida e minha mente não estavam boas, fui pro Rio 3x pra fazer essa prova e não passei. Fora eu ter trocado de auto escola 2x porque tinha que ir pra uma que funcionava aos sábados, fora as vezes que o Detran cancelou a prova em cima da hora. Porra, tô sendo testada, não é possível. Enfim, aceitei o fato de que essa prova tem que ser realizada aqui em Saquarema mesmo, porque é onde eu moro agora e aí entro na questão que mencionei antes, aceitar minha nova vida. Janeiro eu dou continuidade nisso.
Agora vamos falar de pessoas, o mais relevante para mim. Sem exagero, posso dizer que sou muito abençoada pelas pessoas que já fazem parte e as que entraram na minha vida. Primeira pessoa que eu tenho que agradecer é minha mãe, literalmente foi com a ajuda dela que tomei a decisão de vir. Eu tive receio, chorei e ela o tempo todo do meu lado, me incentivando e me colocando pra cima. Sem palavras para agradecê-la, acho que tudo que eu falar jamais vai ser o suficiente.
Continuando, logo que mudei pra cá, faltava pouco pro meu aniversário, era mês de julho. Eu sempre fui a pessoa que tem muitos amigos e que ama comemorar aniversário; pra cada grupo de amigos é uma comemoração (família/faculdade/trabalho). Então, quando vim pra cá, o que mais ficou martelando na minha cabeça era que, pela primeira vez, eu ia passar o dia 31/07 sozinha. Só Deus sabe como eu estava preocupada, mas aí tudo se resolveu porque chegou o Gabriel, um anjo de verdade. Foi e está sendo uma pessoa diferenciada, me levou pra almoçar e me levou para um bar à noite pra gente comemorar tomando litros de cerveja (ele é um poço sem fundo rs). Desde então, não nos soltamos mais. Eu tinha muito que falar dele aqui porque sinto que é alguém que já faz parte de mim, a gente sente. Somos bons amigos, e eu o amo.
Ainda em julho, tive um estresse que na minha cabeça não faz sentido e que acabou gerando o afastamento de uma pessoa muito querida. Foi uma das primeiras pessoas com quem compartilhei essa mudança, e que pra mim era importante. É difícil, mas entendi que nem sempre ocupamos o mesmo espaço na vida do outro. Entendi também que o silêncio, na maioria das vezes, é uma resposta. Venho respeitando a escolha dela, faz parte. Ainda assim, sou grata pelos bons momentos e as trocas sinceras que tivemos. A gente não perde por amar, o amor transforma, mesmo quando não permanece. E eu sei que não sou mais a mesma.
Tirando esse impasse, continuo com amigos muito presentes mesmo eu estando longe. Várias vezes fui surpreendida com mensagens carinhosas, às vezes de pessoas que eu nem esperava. Foram vários momentos assim, acho que era Deus me mostrando que eu não estava sozinha. A gente não tem tanta noção do quanto somos amados.
Falando da família, finalmente a galera conseguiu se entender. Depois de 3 anos de cada um passando o Natal no seu canto, foi possível reunir a maioria. Espero que em 2026 role muitas e muitas resenhas para compensar o tempo perdido. Eu não poderia pedir mais nada para esse ano, fechamos com chave de ouro.
Mudando o assunto, agora vou falar de viagens e livros. Fiquei hiper feliz que mesmo com a correria que foi o meu ano, consegui sair e descansar a mente. Fui pra Búzios, Paraty e finalmente, Bahia, fiquei em Salvador. Todos esses passeios me fizeram um bem enorme, não tive muita sorte com dias de sol mas deu para aproveitar bastante, muito grata por isso.
Os livros, nossa eu relaxei muito, mas em minha defesa, eu estava na correria e com a cabeça a mil, aí não tinha como manter o ritmo do último ano.
Eu trapaceei lendo dois que eram bem pequenos pra poder fechar em 10 (sim eu crio metas). Vou terminar o ano lendo O som do rugido da onça.
É isso, quis fazer esse texto porque em 2024 eu fiz algo parecido sem saber que eu viveria tantas coisas incríveis. Cheguei a conclusão que pra mim está fazendo muito mais sentido mencionar e ser grata pelas coisas que vivi (mesmo não sendo do jeito que quero), do que criar metas para o ano seguinte.
Espero que seja um ano leve e com pendencias resolvidas, afinal, a vida presta, ela é o que nós fazemos dela 💕
Ah, já ia esquecer. Coloquei essa foto do relógio porque eu me considero uma pessoa espiritualista, que acredita em numerologia e astrologia (nem vou mencionar a mediunidade), geralmente minhas intuições não falham, quando olhei o relógio e vi aquelas horas iguais, no fundo eu sabia que tinha coisa boa vindo, e veio 🙏🏾