Sinto que depois de anos vou escrever um texto enorme com grande significado para mim.
Experienciei tanta coisa, boas e ruins, em certo momento sinto que fracassei, quase desisti de mim, me entreguei para tristeza de verdade. Ao mesmo tempo, orei e confiei no processo, segue sendo difícil mas está mais leve que no início.
Tudo que vivi esse ano, de forma direta ou indiretamente, está ligada ao meu trabalho. Nunca trabalhei em um ambiente onde eu pudesse me envolver tanto com as pessoas. Sempre me preservei, criar laços é importante mas todo meu ciclo de amigos são da época da escola e faculdade. No trabalho, nunca passou de um chopp pós expediente. Enfim, conheci todo tipo de pessoa imagináveis, pessoas com temperamento forte (demais), pessoas aceleradas (demais), pessoas com sede de crescer como se o mundo fosse acabar amanhã, pessoas que segregam grupos, pessoas que mal te olham por se sentir superior, pessoas amorosas, pessoas muito boa de troca, pessoas que te ensinam, pessoas que te faz rir com facilidade, pessoas de áurea pesada, pessoas de áurea muito boa (demais), pessoas que me causaram estranheza que eu nunca senti em lugar nenhum, pessoas que eu evito ficar perto, enfim, muitos tipos de pessoas.
No meu trabalho tem muita gente nova (idade), ao mesmo tempo que isso é bom, também é ruim porque muita das vezes parece que vivemos num mundo paralelo e de início fica difícil de identificar quem de fato é uma pessoa legal para manter amizade e quem é para socializar só dentro daquele ambiente. Eu demorei muito a diferenciar, fiquei meio que maravilhada com alguns comportamentos diferentes dos meus, mas que não parecia ser ofensivo a mim. Depois de se envolver é que você enxerga melhor quem é quem. Sabe aquele frase: A primeira impressão é a que fica? Então, não é bem assim.
Aprendi também no trabalho que eu deveria mudar meu jeito de ser, que eu deveria sair mais. Sempre fui muito caseira e saindo com essa galera "diferenciada", consegui sair da minha zona de conforto. Descobri que é bom ir a praia sozinha, sai de bicicleta algumas vezes sozinha também, isso foi muito legal, conheci 3 lugares diferentes aqui pelo Rio mesmo, li 13 livros (nunca tinha chegado a 12), me esforcei e sigo me esforçando.
Percebi que as pessoas tem uma necessidade muito grande de se mostrar nas redes sociais, pessoas essas que estão sempre reclamando de algo mas que não pode passar um dia sem mostrar nas redes sociais que o dia foi "bom" ou que se está sendo vivida da melhor forma. Eu nem sei se elas estão erradas por fazer isso, é que pra mim é tão normal ser normal, ninguém tá nem ai para o que você faz ou deixa de fazer então qual é a necessidade disso? Tentaram muito que eu fosse mais ativa nas redes mas isso eu mantive em mim, acho que sou muito mais feliz fazendo minhas coisas no off.
Eu fui promovida no trabalho esse ano, de assistente para analista Jr. Isso gerou um impacto muito grande na minha vida, eu percebi que não dá para desistir, é muito cansativo, é chato termos aquela sensação de fracasso constante na mente, de verdade, a gente acaba ficando no automático só sobrevivendo para receber um salário baixo no fim do mês. Graça a Deus, fui vista, tenho uma gratidão pela minha gestora de ter me escolhido, isso me deu um gás no trabalho.
Fui em bastantes shows, coisas que eu quase não fazia, pois como minha vibe é mais do samba, se eu não estava indo em alguma roda por ai, eu ia em show específico do Jorge Aragão (porque eu amo esse homem). Com os amigos do trabalho fui em 2 shows que foram muito marcantes para mim (escrevi nos últimos posts), o do Emicida e da Mariah Carey. A experiencia do show da Mariah segue sendo uma das melhores dos últimos tempos na minha vida, não sei o que escrever, só sentir.
Outra coisa que eu acho meio que engraçado é que nunca participei de tanto grupo de WhatsApp como agora, nossa, essa galera ama conversar. Deus, eu odeio grupo de WhatsApp, eu amo ficar longe do celular, eu amo ficar quieta, eu amo o twitter, me deixem só no twitter (ops, agora é X). Então eu meio que me forço a interagir porque senão eu passo a vibe da pessoa antissocial. Alias, hoje em dia no trabalho eu sou essa pessoa, a que ultimamente tem preferido ficar sozinha.
Sinto que meu tempo lá já deu, por mais que tenham pessoas legais, no geral, os pontos negativos se sobressaem sobre os positivos e quando a gente não está mais satisfeito com algo é porque está na hora de ir embora. Eu sei que estou nesse momento, mesmo com a imensa gratidão por tudo que lá vivi. Sei que as coisas ruins serviram de lição para algo, mas como hoje não me sinto feliz, sei é hora de se retirar. Mas, como emprego está difícil, vou seguir fazendo o meu, até conseguir algo melhor.
Por conta do trabalho eu acabei me afastando um pouco dos meus amigos e familiares, eu deveria ter equilibrado as relações mas fui negligente. Não me arrependo, pois vivi muitas coisas legais mas em relação a família eu deveria ter priorizado um pouco mais. Eu nunca trabalhei tão longe de casa, passei a ver menos ainda as minhas tias e meu afilhado, acho que isso também contribuiu com minha ausência. Meu afilhado agora tem 10 anos, ele quando era mais novo gostava de ficar mais comigo, acho que por conta da idade, ele já não insiste para me ver e eu me acomodei com a situação e não insistia também. Para ano que vem, coloquei na meta que mesmo que ele não queira vir passar o final de semana comigo, eu vou visita-lo na casa dele.
Para o ano de 2025 eu quero continuar experimentando coisas novas, quero um novo emprego mais perto de casa, quero fazer autoescola, vou terminar a faculdade de engenharia e se Deus quiser, vou conhecer pessoas maravilhosas que me trarão muitas alegrias. Eu sou grata por tudo que vivo e tenho e espero que a vida siga sendo feita de lições, mesmo que nem sempre boas mas suportáveis. É isso, obrigada 2024, nunca vivi um ano tão intenso como esse 💜.